A Montanha Pulverizada é um poema no qual Drummond narra o desaparecimento do Pico do Cauê. No passado, cartão postal e marco do município de Itabira, o Pico do Cauê terminou reduzido a nada pela atividade mineradora. A inquietação com os efeitos da retirada de minério da região é abordada nesse poema:
Atualmente outros desastres ambientais tem ocorrido. Podemos dizer então que Drummond foi profético.
Duas barragens da mineradora Samarco se romperam na cidade de Mariana (MG), em novembro de 2015. Nessas barragens havia lama, rejeitos sólidos e água. Esses detritos são resultado da mineração na região.
Pelo menos 128 residências foram atingidas pela onda de lama e dejetos. Oficialmente, o número de mortos é de seis pessoas e o de desaparecidos, 12. Os detritos das barragens tomou conta do rio Gualaxo e chegaram ao município de Barra Longa, a 60 km de Mariana e a 215 km de Belo Horizonte. Seis localidades de Mariana, além de Bento Rodrigues, foram atingidas. Segundo especialistas, a lama que desce pelo rio Doce atingirá, no total, uma área de cerca de 10 mil quilômetros quadrados no litoral capixaba – área equivalente a mais de seis vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Os prejuízos são calculados em mais de R$ 100 milhões, segundo o prefeito de Mariana, Duarte Júnior.
Uma das consequências que a lama está causando é o assoreamento, o acúmulo de sedimentos na calha do rio, causando impactos socioeconômicos e ambientais. Segundo o Ibama, houve alterações nos padrões de qualidade da água. Um dos impactos é a morte de animais, terrestres e aquáticos, por asfixia.
A saramarco é uma empresa privada. A Vale (mineradora que era estatal e foi privatizada durante o governo FHC) é uma das acionistas da Samarco, com uma participação de 50% no capital por meio de uma joint venture com a BHP Billiton, a maior empresa de mineração do mundo.
Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/ e http://meexplica.com/2015/11/entenda-a-tragedia-de-mariana-em-minas-gerais/